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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

JESUS


Jesus foi na Terra
a mais perfeita encarnação do Amor Divino.
E ainda hoje,
nos dias amargurados que transcorrem,
é para a Humanidade
a promessa de Paz,
o manto protetor
que abriga os aflitos e os infelizes,
o pão que sacia os esfomeados das verdades eternas,
a fonte que desaltera todos os sofredores.


Apegai-vos a Ele, cheio de confiança!
Ele é misericórdia personificada,
o Jardineiro Bendito
que jorra, no coração
dos transviados do caminho do bem,
as sementes do arrependimento
que hão de florir na Regeneração
e frutificar na perfeita felicidade espiritual.


Ouvi a sua voz
no silêncio da consciência que vos fala
do cumprimento austero
de todos os deveres cristãos,
e um dia
descansareis reunidos,
ligados pelos liames inquebrantáveis
da fraternidade além da morte,
à sombra da árvore luminosa
das boas ações que praticastes,
longe das lágrimas
do orbe obscuro,
Dos prantos e das provações remissoras!...


Pelo Espírito Marta.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



Fonte: Livro Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


domingo, 24 de dezembro de 2017

LOUVOR DO NATAL


Senhor Jesus!

Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado,
cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.

Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura com que lhes fulgia as vitórias,
alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do
solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.

Levantaram-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e
cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.

Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para
sempre.

Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te
ofertaram esburacada manta, por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor
que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.

Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto à verdadeira fraternidade.

Escolhes-te vilarejos anônimos para a moldura de tua palavra sublime...Buscaste
para companheiros de tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas não lhes
favoreciam os voos do pensamento. E conversaste com a multidão, sem
propaganda condicionada.

No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que te pousaram nos
joelhos amigos, nem das mãos fatigadas a quem te dirigiste na via pública!

A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia Tibério,
comentava Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhecer em pessoa, ao lado
de tua revelação, mas o povo te guardou a presença divina e as personagens de
tua epopéia chamam-se “o cego Bartimeu”, “o homem de mão mirrada”, “o servo
do centurião”, “o mancebo rico”, a “mulher Cananéia”, “o gago de Decápolis”, “a
sogra de Pedro”, “Lázaro, o irmão de Marta e Maria”.

Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem assessores e
sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo hoje quanto ontem,
chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste, para que
surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho e a riqueza, a
tranquilidade e a alegria, com bênção de todos.

É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em
prece:

- Salve, Cristo! Os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz
de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!...


Espírito Emmanuel.
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.



FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL. Psicografia: Francisco Cândido Xavier. Espíritos Diversos.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

NATAL...


Diante do bolo iluminado, abraças, feliz, os entes amados que chegaram de
longe...

Ouves a música festiva que passa, de leve, por moldura de harmonia às telas
da natureza... Entretanto, quando penetrarem o tempo da oração, reverenciando o
Mestre que dizes amar, mentaliza o estábulo pobre.

Ignoramos de que estrela chegando o Sublime Renovador, mas todos sabemos
em que ponto da Terra começou ele o apostolado divino.

Recorda as mãos fatigadas dos tratadores de animais, os dedos calosos dos
homens do campo, o carinho das mulheres simples que lhes ofertaram as primeiras
gotas do próprio leite e o sorriso ingênuo dos meninos descalços que lhe recebera, do
olhar a primeira nota de esperança.

Lembra-te do Senhor, renunciando aos caminhos constelados de luz para
acolher-se, junto dos corações humildes que o esperavam, dentro da noite, e desce
também da própria alegria, para ajudar no vale dos que padecem...

Contemplará, de alma surpresa, a fila dos que se arrastam, de olhos
enceguecidos pela garoa das lágrimas. Ladeando velhinhos que tossem ao desabrigo,
há doentes e mutilados que suspiram pelo lençol de refúgio na terra seca. Surgem
mães infelizes que te mostram filhinhos nus e crianças desajustadas para quem o pão farto nunca chegou. Trabalhadores cansados falam de abandono e jovens subnutridos se referem ao consolo da morte...

Divide, porém, com eles o tesouro de teu conforto e de tua fé e, nos recintos de
palha e sombra a que te acolhes, encontrarás o Cristo no coração, transfigurando-te a vida, ao mesmo tempo em que, nos escaninhos da própria mente, escutarás, de novo, o cântico do Natal, como que repetido na pauta dos astros:

- Glória a Deus nas alturas e boa vontade para com os homens!...

Pelo Espírito MEIMEI.
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.




FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL. Psicografia: Francisco Cândido Xavier. Espíritos Diversos.


sábado, 16 de dezembro de 2017

CARTÃO DE NATAL

        


        Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!... Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa de ternura escondida no peito.

       Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.

       Ainda que não quisesses, lembrar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternais que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeiçoes que te parecem distantes.

       Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a gloria; entretanto, vergaste ao peso das lagrimas que te desafogam o coração... É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.

      Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo!... Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que te feriram; divide o farnel com os irmão em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece uma fatia de bolo aos que moram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.

      Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!... Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprendemos, pouco a pouco, a estar com ele, em todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tornando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.

Pelo Espírito Meimei.
Psicografia de Chico Xavier.



FONTE: LIVRO ANTOLOGIA MEDIÚNICA DO NATAL. Psicografia: Francisco Cândido Xavier. Espíritos Diversos.


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

MARIA: “FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER.”

AS BODAS DE CANÁ

Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galileia, e achavam-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. Como visse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: “Eles já não tem mais vinho.” Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou.” Disse, então, a sua mãe aos serventes: “Fazei o que ele vos disser.” Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: “Enchei as talhas de água.” Eles encheram-nas até em cima. “Tirai agora, disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes.” E levaram.
Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água),chamou o noivo e disse-lhe: “É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.”
Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele. Depois disso, desceu para Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos; e ali só demoram poucos dias.
(João – cap. 2; ves. 1 a 12)




        As bodas de Caná, oferece-nos diversos ensinamentos sublimes. Abordaremos apenas alguns pontos, desta significativa passagem.

       As festas de casamento duravam até sete dias. Assim, centenas de pessoas devem terem ido a esta festa, que provavelmente poderia ser de algum familiar de Jesus, pelo fato que Maria – Mãe de Jesus, exercia uma certa autoridade na casa ordenando os servos.

       Maria de forma carinhosa avisa a Jesus: “Eles não tem mais vinho.” Talvez Jesus tenha achado que ainda não fosse chegada Sua hora de manifestar o seu poder publicamente, mas Maria acaba ignorando a advertência de Jesus. E Ele em exemplo de obediência, de submissão, atendeu ao apelo da mãe.

      Maria, com sua postura discreta, mas ativa e presente e atuante na vida de Jesus, com desvelos de mãe carinhosa; aconselha de forma bela e maternal os servos daquela festividade, da seguinte forma:  “Fazei tudo o que ele vos disser.”  E discretamente, Jesus agiu e solucionou o problema.  

      Para Maria ter feito tal pedido a Jesus não estaria Ela acostumada com tais transformações de materialização de alimentos?

      Outro ponto que nos chama atenção é o tratamento que Jesus dispensa a Maria, chamando-a de “Mulher”. Na época este era um tratamento respeitoso. O termo “senhora” não existia na época, assim usava-se “Mulher” que equivaleria a dizer  “senhora”.   

       A simbologia da transformação da água em vinho, é a transformação da matéria para a espiritualidade. No contexto bíblico a água é o elemento gerador absoluto, representando o contexto material.  Já o vinho é a simbologia de um composto de espírito e matéria (álcool e água). A palavra “espírito” vem do latim spiritus, relacionado a spirare “respirar”. O vapor do álcool também era chamado de “espírito do álcool”.  Assim, o vinho simboliza a espiritualização na matéria.  Pois, nossa transformação começa agora, enquanto encarnados para o aperfeiçoamento, para a transformação do espírito.

      Por isso que Maria nos convida da seguinte forma maternal: “Fazei tudo o que ele vos disser.”  Isto porque são os ensinos que Jesus nos trouxe que transforma o nosso espírito, que nos faz nos aperfeiçoar nas praticas dessas máximas que o Cristo ensina-nos através dos séculos. A insuficiência do vinho é a nossa espiritualidade insuficiente. O vinho que acaba é a conscientização da nossa carência espiritual. Então, passamos a seguir os ensinos de Jesus e fazendo tudo o que eles nos disse, e nos transformaremos em vinho de alta qualidade.


      O Espírito Emmanuel, no livro Caminho Verdade e Vida, psicografia de Chico Xavier, fala-nos que: “Também nós estamos na festa do noivado do evangelho com a Terra. (...) Somos serventes humildes. Em muitas ocasiões esgota-se o vinho da esperança. Sentimo-nos extenuados, desiludidos. Implorando ternura maternal e eis que Maria nos responde: “Fazei tudo quanto ele vos disser.”

      Já o escritor e palestrante espírita Clóvis Tavares, de forma humilde e instigante, no livro De Jesus Para Os Que Sofrem. Denominou a frase: “Fazei tudo o que ele vos disser.” O Mandamento de Maria. Pois, aquela ordem de Maria aos serventes vale para nós, em todos os tempos. Será sempre atual.  É ordem. Mas é também conselho de Mãe!



Fonte de inspiração: Revista Reformador, Dezembro de 1998.
E site Espírito Imortal. 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

OS ENSINAMENTOS DE MESTRE JESUS

         O Natal convida-nos a pensar na vida extraordinária de Jesus; na Sua Doutrina de Amor. De passarmos alguns acontecimentos de Sua Vida e ensinamentos para nossa reflexão. Jesus  nos deixou mensagens vivas, como: na manjedoura singela, o da humildade; em toda a vida, o do amor ao próximo, curando enfermidades do corpo e da alma, ensinando as Leis de Deus; no alto da cruz, o do perdão e da submissão aos desígnios do Pai. E tantas outras!


Como, mensagens ora de esperança:
  •          “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” ;
  •          “Tende bom ânimo.”;
  •          “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas conhecem a mim (...) haverá um rebanho e um pastor.” ;
  •          “(...) não vos inquieteis com o dia de amanhã (...)”;
  •         “(...) eu não vim para julgar o mundo, e, sim, para salvá-lo.”;
  •          “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”


Ora mensagens de consolo:
  •          “Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados.”;
  •          “Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.”


Ora mensagens de advertência:
  •          “Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho?... Tirai primeiro a trave do vosso olho (...);
  •      “Não julgueis, a fim de não serdes julgados (...) “;
  •         “Não julgueis segundo a aparência, e sim, pela reta justiça.”
  •        “Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”;
  •        “Meus Bem-Amados, não creiais em qualquer espírito; experimentai se os espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se tem levantado no mundo.”


        Educador incomparável, em inúmeras oportunidades ensinando-nos a viver, a conhecer as Leis de Deus, para que aprendamos a evoluir conscientemente, com a reta conduta moral:
  •           “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.”
  •          “Se me amais, guardai os meus mandamentos...”
  •          “Bem-aventurados os pobres de espíritos, pois que deles é o reio dos céus (...) os que tem puro o coração, porquanto verão a Deus (...) os que são brandos, porque possuirão a Terra (...) os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus (...) os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia.”
  •          “Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto todos estais a caminho (...).”
  •          “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra (...) mas ajuntai para vós outros tesouros no céu (...) porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
  •         “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os vossos olhos forem bons, todo o vosso corpo será luminoso.”
  •        “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.”  
  •       “(...) conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”
  •       “(...) não resistais ao mal que vos queiram fazer (...) se alguém vos bater na face direita, lhe apresenteis também a outra (...) se alguém quiser pleitar contra vos, para vos tomar a túnica, também lhe entregueis o manto (...) se alguém obrigar a caminhar mil passos com ele, caminheis mais dois mil.”
  •       “Daí aquele que vos pedir e não repilais aquele que vos queira tomar emprestado.”
  •         “Quando derdes esmola, não saiba a vossa Mão esquerda o que faz a vossa mão direita.”
  •        “Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente que construiu sobre a rocha a sua casa.”
  •        “Não são os que gozam saúde que precisam de médico.”
  •      “Pedi e vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá (...).”
  •     “Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curais os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido.”
  •         “Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto. E vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa.”
  •         “Não cuideis de pedir muito nos vossas preces (...) porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais.”
  •         “Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei.”


        Jesus fala-nos do amor a Deus e ao próximo:
  •       “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito, este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. – toda a lei e os profetas se acham nesses dois mandamentos.”
  •      “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
  •      “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus (...).”
  •  "Se somente amardes os que vos amam, que mérito se vos reconhecerá?(...).”


       E ensina-nos a Regra Áurea:
  •          “Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas.”


      Allan Kardec, no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo – cap. XV, item 3. De forma inspirada afirma sobre Jesus: “Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. (...) humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar e o de que dá, Ele próprio, o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não se cansa de combater. E não se limita a recomendar a caridade; põe-na claramente e em termos explícitos como condição absoluta da felicidade futura.”

       E, Kardec ao comentar a questão 625 de “O Livro dos Espíritos”, afirma: “(...) Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. (...) e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor (...)”.

       Jesus, Mestre por excelência; sábio, tolerante e bom – veio para nos ensinar a conhecer, amar e a observar as Leis de Deus. A essência de Sua mensagem é o Amor, a compaixão. Consciente de sua missão, de suas responsabilidades, afirma, categoricamente: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João, 14-6)



Fonte de inspiração: Revista Reformador, Dezembro de 1998.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

AJUDAR O SEMELHANTE

       
        O espírito, que ama com uma certa profundidade espiritual, é como o adamo de toda a ciência e diretriz de todas as filosofias. O contexto desta página visa despertar, em cada coração, o modo pelo qual pode, cada um em particular, canalizar os seus esforços em benefício dos seus semelhantes, coadjuvando assim o seu irmão, que segue paralelo na evolução espiritual.
        Quando, ao passardes por algum caminho, encontrardes alguém chorando, faminto ou nu, sedento ou desesperado, não vos façais de surdo. Eis a vossa oportunidade de servir. Procurai ser útil. Fazei removerem-se os pensamentos negativos das criaturas, pelo que já aprendestes com o Cristo. Comunicai, como puderdes, pelas vias do coração e pelas linhas do sentimento, e despertai a alegria, juntamente com ideias sadias, fazendo ver que todos nós somos peças da engrenagem divina, irmãos e filhos do mesmo Deus.

       Ajudar o semelhante é muito importante na vida do cristão. Sem que isso se processe, a consciência não nos libera e continuamos encarcerados pela melancolia, pela incerteza, pela dor e pela ignorância, em plena atividade. Quem ajuda, aprende e é ajudado. Quem serve, instrui e é servido. Quem auxilia, se enriquece e é auxiliado.

      As ideias conexas, no serviço do amor, prelibam um mundo novo para a coletividade e abrem vantagens grandiosas na evolução individual. Nunca deixeis de ajudar a quem quer que seja. As sensações de quem presta assistência são bem maiores que as de quem recebe, pois é a caridade vibrando na plenitude do coração. A vida consiste em trocas de valores morais, espirituais e materiais.

      Somos intermediários e é bom que sejamos canais por onde somente passe o bem ideal supremo do espírito puro.

      Todos os grandes homens na Terra deram-se a reconhecer pelo traço de fraternidade deixada por onde passaram, pelo amor à humanidade, pela ajuda desinteressada a quem quer que fosse. O orgulho e o egoísmo são árvores alimentadas por espíritos inferiores, e não são encontrados em almas de escol. A depressão consciencial é motivada pela ausência de amor, mas amor daquele que não julga, que não desmerece, que não se ensoberbece, que não maltrata, que não fere, que não humilha. Quem fala que ama e não compreende a ignorância alheia está confundido, porque, pelo gesto, exige algo em troca. Quem fala que ama e não perdoa algumas ofensas dos semelhantes, por certo ainda está ligado à vingança. Quem fala que ama e ainda persegue aquele que não comunga com as suas ideias, deixou escondido, nas dobras da caridade, o orgulho e a vaidade que toldam os valores imortais da benevolência. Quem abre os braços, como o Cristo, para ajudar em nome de Deus, deve ser humilde. Que não imponha suas ideias, que não oprima, que não maltrate, e que respeite os seus semelhantes na posição que eles ocupam na escala evolutiva da Terra.

         Em muitos casos, ajudar é silenciar. Para usar o verbo em favor dos outros, é preciso que ele seja domesticado e que sua música perca o poder de ferir. Ao contrário, seja como melodia clássica, que eleva, que inspira, que arrebata a alma às regiões inacessíveis do amor.

       O impulso de ajudar no ser humano é propensão ingênita, pois constitui harmonia do Criador em todas as coisas que fez, principalmente no explodir da razão e no alvorecer, dos sentimentos. O advento do Cristo na Terra deu nascimento à grande esperança de que o amor não é fantasia dos santos, de que a vida do espírito é imortal, de que existe a felicidade. Eis porque arregimentamos todas as forças ao nosso alcance para servir, ajudar ao semelhante. É o nosso lema, com Jesus, em todas as direções que a vida nos convida.


Pelo Espírito Miramez
Psicografia de João Nunes Maia



Livro Fonte: Horizontes da Mente


sábado, 25 de novembro de 2017

TODAS AS COLÔNIAS ESPIRITUAIS SÃO COMO A DO NOSSO LAR?


       No livro Nosso Lar, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Recebemos a informação que, as colônias espirituais não são iguais em suas organizações, e sim há um processo de aperfeiçoamentos e trocas de experiências entre colônias e planos mais elevados. No capitulo 11, André Luiz faz a seguinte pergunta a Lísias, seu enfermeiro amigo:

      - Lísias, amigo, poderá informar-me se todas as colônias espirituais são idênticas a esta? Os mesmos processos e as mesmas características?

       A resposta de Lísias foi a seguinte:

      - De modo algum. Se nas esferas materiais, cada região e cada estabelecimento revelam traços peculiares, imagine a multiplicidade de condições em nossos planos. Aqui, tal como na Terra, as criaturas se identificam pelas fontes comuns de origem e pela grandeza dos fins que devem atingir, mas importa considerar que cada colônia, como cada entidade, permanece em degraus diferentes na grande ascensão. Todas as experiências de grupo diversificam-se entre si e Nosso Lar constitui uma experiência coletiva dessa natureza. Segundo nossos   arquivos, muitas vezes os que nos antecederam buscaram inspiração nos trabalhos de abnegados trabalhadores de outras esferas; em compensação, outros agrupamentos buscam o nosso concurso para outras colônias em formação. Cada organização, todavia, apresenta particularidades essenciais. 


Fonte: Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Capitulo 11. 


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

OBSERVAI OS PÁSSAROS DO CÉU

        Não ajunteis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os corroem, onde os ladrões os desenterram e roubam; mas formai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os corroem; porque onde estão vosso tesouro, aí também está o vosso coração.

       Por isso eu vos digo: não vos inquieteis por saber onde achareis do que comer para o sustento da vossa vida, nem de onde tirareis roupa para cobrir o vosso corpo; a vida não é mais do que o alimento, e o corpo mais do que a roupa?

       Observai os pássaros do céu: eles não semeiam e não colhem, e não amontoam nada nos celeiros, mas vosso Pai Celestial os alimenta; não sois muito mais do que eles? E quem é, dentre vós, aquele que pode, com todos os seus cuidados, aumentar à sua estatura a altura de um côvado?

      Por que também vos inquietais pela roupa? Observai como crescem os lírios dos
campos; eles não trabalham e não fiam; e, entretanto, eu vos declaro que Salomão, mesmo em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Se, pois, Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que hoje existe e que amanhã será lançada no fogo, quanto mais cuidado terá em vos vestir, oh homens de pouca fé!

      Não vos inquieteis, pois, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou de que nos vestiremos? Como fazem os pagãos que procuram todas essas coisas; porque vosso Pai sabe que delas tendes necessidade.

      Procurai, pois, primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo. Por isso, não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia basta o seu mal. (São Mateus, cap. VI, v. de 19 a 21 e 25 a 34).


      Estas palavras, tomadas ao pé da letra, seriam a negação de toda previdência, de todo trabalho e, por conseguinte, de todo progresso. Com semelhante princípio, o homem se reduziria a uma passividade expectante; suas forças físicas e intelectuais estariam inativas; se tal tivesse sido a sua condição normal na Terra, não teria jamais saído do estado primitivo, e se dela fizesse a sua lei atual, não teria mais senão viver sem nada fazer. Tal não pode ter sido o pensamento de Jesus, porque estaria em contradição com o que disse em outro lugar, e mesmo com as leis da Natureza. Deus criou o homem sem roupa e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los.

      Não se deve, pois, ver nessas palavras senão uma poética alegoria da Providência, que não abandona jamais aqueles que colocam nela sua confiança, mas quer que trabalhem de seu lado. Se ela não vem sempre em sua ajuda por um socorro material, inspira as ideias com as quais se acham os meios de se livrar da dificuldade.

     Deus conhece as nossas necessidades, e as provê segundo o necessário; mas o homem, insaciável em seus desejos, não sabe sempre se contentar com o que tem; o necessário não lhe basta, lhe é preciso o supérfluo; é então que a Providência o deixa entregue a si mesmo; frequentemente, é infeliz por sua culpa e por ter desconhecido a voz que o advertia na sua consciência, e Deus o deixa sofrer as consequências, a fim de que isso lhe sirva de lição para o futuro.

     A Terra produzirá bastante para alimentar todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar os bens que ela dá, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo; quando a fraternidade reinar entre os diversos povos, como entre as províncias de um mesmo império, o supérfluo momentâneo de um suprirá à insuficiência momentânea do outro, e cada um terá o necessário. O rico, então, se considerará coo um homem que tem uma grande quantidade de sementes; se as espalha, elas produzirão ao cêntuplo para ele e para os outros; mas se come essas sementes sozinhos, e as esbanja deixando perder-se o excesso daquilo que comer, não produzirão nada, e não bastarão para todo o mundo; se as guarda em seu celeiro, os vermes as comerão; por isso Jesus disse: Não ajunteis tesouros na Terra, que são perecíveis, mas formai tesouros no céu, porque são eternos. Em outros ermos, não ligueis, aos bens materiais, mais importância do que aos bens espirituais, e sabei sacrificar os primeiros em proveito dos segundos. 

     Não é com as leis que se decreta a caridade e a fraternidade; se elas não estão no coração, o egoísmo as sufocará sempre; fazê-las nele penetrar é a tarefa do Espiritismo.


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. XXV – Buscai e Achareis.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

AMADURECIMENTO PSICOLÓGICO

         

        O relacionamento interpessoal revela o comportamento dos indivíduos em função de si e dos outros. Nos primeiros tentames oculta a realidade, na grande preocupação da aparência.

        À medida que estreita os vínculos, a postura de guarda cede lugar ao relaxamento emocional e, a pouco e pouco, a máscara cai. Esse fenômeno é resultado da aproximação que o tempo proporciona à relação. Nas pessoas realizadas, saudáveis, a conduta permanece sem surpresas, porque há uma interação da sua vivência interior com a exterior, verdadeiro amadurecimento psicológico.

       Após o autoconhecimento,que propicia a auto-aceitação, explora-se o exterior,abrindo-se a experiências, a vivências novas e enriquecedoras. Alinha do equilíbrio demarca a personalidade, sem excentricidades nem bruscas mudanças como ocorre entre a exaltação e a depressão.

       Quem assim age encontra-se plenificado, irradiando esse estado de conquista como pessoa humana. No comportamento alternado, em que o júbilo e a tristeza, a confiança e a suspeita, o amor e a animosidade se confundem, o auto descobrimento e a imaturidade programam estados de instabilidade, de desdita, conduzindo a enfermidades emocionais que são somatizadas, reaparecendo na área orgânica com caráter destruidor.

       Tais reflexos, no relacionamento, geram desequilíbrios que se agravam, na razão direta que se fazem desastrosos, empurrando suas vítimas para estados obsessivos-compulsivos ou depressivos. Na tua ânsia de crescimento, experimenta a tua realidade íntima em confronto com a externa. Não te permitas perturbar pelos indivíduos reagentes, que se encontram de mal com eles próprios e vomitam mau humor contra os demais. Permanece cortês, para que não seja o seu estado bilioso a dizer como te comportares. Por tua vez, não te transformes em personalidade reatora, aquela que está sempre reagindo, quando poderia e deveria agir.

       A tua ação e reação traduzem como és interiormente, bem como sentes e vês em realidade o que se passa em teu mundo íntimo. Assim, não desperdices energias mascarando-te, antes aplica-as em contínuo trabalho de autoaprimoramento, de crescimento interior até exteriorizares as conquistas em simpatia, cordialidade e amor. Qualquer pretensão de modificar o mundo e fazê-lo girar como te aprouver é alucinação. Porém, se te dedicares à transformação íntima, que reflita em alteração de outros comportamentos para melhor, lograrás alcançar a verdadeira meta do amadurecimento psicológico.

       Com esse aprofundamento no eu espiritual, a saúde plena será tua amiga na grande proposta que te leva em busca de realização pessoal e humana. Jesus nunca se amesquinhou diante dos falsamente poderosos ou de classe e economia mais expressivas. Tampouco se tornou prepotente diante dos fracos e sofredores. A linha de equilíbrio entre o Seu interior e o exterior, demonstrou a Sua superioridade moral, espiritual e intelectual, que O torna Modelo sob todos os aspectos para todos nós, exemplo de perfeita maturidade psicológica, porque plenificadora.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco.





Livro: Momentos de Saúde - Joanna de Angelis / Divaldo Franco

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

CULPA E CONSCIÊNCIA


       "A culpa surge como forma de catarse necessária para a libertação de conflitos. Encontra-se insculpida nos alicerces do espírito e manifesta-se em expressão consciente ou através de complexos mecanismos de auto-punição inconsciente.

       Suas raízes podem estar fixadas no pretérito - erros e crimes ocultos que não foram justiçados - ou em passado próximo, nas ações da extravagância e da delinquência.

      Geradora de graves distúrbios, a culpa deve ser liberada a fim de que os seus danos desapareçam.

      A existência terrena é toda uma oportunidade para enriquecimento contínuo. Cada instante é ensejo de nova ação propiciadora de crescimento, de conhecimento, de conquista.

      Saber utilizá-lo é desafio para a criatura que anela pela evolução espiritual.

      Águas passadas não movem moinhos - afirma o brocardo popular, com sabedoria -.

      As lembranças negativas entorpecem o entusiasmo para as ações edificantes, únicas
portadoras de esperança para a liberação da culpa.

      Desse modo, quem se detém nas sombrias paisagens da culpa ainda não descobriu a consciência da própria responsabilidade perante a vida, negando-se à benção da libertação.

      Sai da forma do arrependimento e age de maneira correta, edificante.

      Reabilita-te do erro através de ações novas que representam o teu atual estado de alma.

      A soma das tuas ações positivas quitará o débito moral que contraíste perante a Divina Consciência, porquanto o importante não é a quem se faz o bem ou o mal, e sim, a ação em si  mesma em relação à harmonia universal.

     A culpa deve ser superada mediante ações positivas, reabilitadoras, que resultarão dos pensamentos íntimos enobrecedores."


Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco.



Fonte: livro Momentos de Meditação.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

A PACIÊNCIA


        A dor é uma bênção que Deus envia aos seus eleitos; não vos aflijais, pois, quando sofrerdes, mas bendizei, ao contrário, o Deus Todo-Poderoso que vos marcou pelador neste mundo para a glória no céu.

        Sede pacientes; a paciência é também uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres, é a mais fácil das caridades; mas há uma bem mais penosa e, consequentemente, mais meritória: perdoar àqueles que Deus colocou sobre nosso caminho para serem os instrumentos dos nossos sofrimentos e colocar a nossa paciência à prova.

        A vida é difícil, eu o sei; ela se compõe de mil nadas que são picadas de alfinetes que acabam por ferir; mas é preciso considerar os deveres que nos são impostos, as consolações e as compensações que temos por outro lado, e, então, veremos que as bênçãos são mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado quando se olha para o alto, do que quando se curva a fronte para o chão.

       Coragem, amigos, o cristo é o vosso modelo; ele sofreu mais do que qualquer de vós e não tinha nada a se censurar, enquanto que vós tendes vosso passado a expiar e vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos, essa palavra encerra tudo. (UM ESPÍRITO AMIGO, Havre, 1862).



Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. IX – item 7. 


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

COMO PODEMOS APRECIAR A LIBERDADE DO ESPÍRITO DURANTE O SONO?

         Nas questões 400 e 401 de O Livro do Espíritos, de Allan Kardec, os espíritos superiores nos informa que: o espírito encarnado aspira sem cessar à sua libertação, e quanto mais o envoltório é grosseiro, mais deseja estar dele desembaraçado. Durante o sono a alma não repousa com o corpo físico, pois o espírito jamais está inativo. Durante o sono, os laços que o unem ao corpo se relaxam, e o corpo não necessita do espírito. Então o espírito percorre o espaço e entra em relação mais direta com os outros espíritos.


         É na pergunta 402 que Allan Kardec indagou aos espíritos superiores sobre, como podemos apreciar a liberdade do espírito durante o sono? E a resposta foi a seguinte:

         Pelos sonhos. Crede, enquanto o corpo repousa, o espírito dispõe de mais faculdades do que na vigília. Tem o conhecimento do passado e, algumas vezes, previsão do futuro. Adquire maior energia e pode entrar em comunicação com os outros espíritos, seja neste mundo, seja em outro. Muitas vezes, dizes: tive um sonho bizarro, um sonho horrível, mas que não tem nada de verossímil; enganaste, é frequentemente  uma lembrança dos lugares e das coisas que viste e veras em uma outra existência ou em um outro momento. Estando o corpo entorpecido, o espírito esforça-se por quebrar seus grilhões, procurando no passado e no futuro.

        Pobres homens, que pouco conheceis os fenômenos mais simples da vida! Acreditai-vos sábios e vos embaraçais com as coisas mais vulgares. Ficais perturbados a esta pergunta de todas as crianças: que fazemos quando dormimos, e que é o sonho?

        O sonho liberta, em parte a alma do corpo. Quando se dorme, se está, momentaneamente, no estado em que o homem se encontra, de maneira fixa, depois da morte. espíritos que se desligam logo da matéria, em sua morte tiveram sonhos inteligentes; estes, quando dormem, reúnem-se à sociedade de outros seres superiores a eles. Com eles, viajam, conversam e se instruem, trabalhando mesmo em obras que encontram prontas quando morrem. Isto deve vos ensinar, uma vez mais, a não temer a morte, pois que morreis todos os dias, segundo a palavra de um santo. Isso para os espíritos elevados. Todavia, a massa dos homens que, na morte deve ficar longas horas em perturbação, nessa incerteza da qual vos falaram, esses vão, seja para mundos inferiores à Terra, onde velhas afeiçoes os evocam, seja a procurar os prazeres que podem ser mais vis, mais ignóbeis, mais nocivos que as que professam em vosso meio. O que gera a simpatia sobre a Terra não é outra coisa que o fato de se sentirem ao despertar, ligados pelo coração, aqueles com quem vieram de passar oito ou nove horas de felicidade ou de prazer. Isso explica também as antipatias invencíveis, pois sabem no fundo do seu coração que essas pessoas de lá tem uma consciência diversa da nossa e a conhecem sem as ter visto jamais com os olhos. Explica, ainda, a indiferença, visto que não se deseja fazer novos amigos quando a gente sabe que existem outras pessoas que nos amam e nos querem. Em uma palavra, o sono influi mais do que pensais sobre vossa vida.

        Pelo efeito do sono, os espíritos encarnados estão sempre em relacionamento com o mundo dos espíritos, e é isso que faz com que os espíritos superiores consintam, sem demasiada repulsa, em encarnarem entre vós. Quis Deus que durante o seu contato com o vício eles possam ir se renovar nas fontes do bem, para não falirem, eles que vem instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu até seus amigos do céu. É o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final que deve devolvê-los ao seu verdadeiro meio.

        O sonho é a lembrança do que vosso espírito viu durante o sono. Notai, porém, que não sonhais sempre porque não recordais sempre do que vistes, ou de tudo o que vistes. Vossa alma não está em pleno desdobramento. Não é, muitas vezes, senão a lembrança da perturbação que acompanha vossa partida ou vossa volta, à qual se junta a do que fizestes ou do que vos preocupou no estado de vigília. Sem isso, como explicareis esses sonhos absurdos que tem os sábios, assim como os mais simples? Os maus espíritos também se servem dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

        De resto, vereis dentro em pouco se desenrolar outra espécie de sonho, tão velha quanto a que conheceis, mas vós a ignorais. O sonho de Joana, o sonho de Jacob, o sonho dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos. Esse sonho é a lembrança da alma, inteiramente desligada do corpo, a lembrança dessa segunda vista de que sempre vos falo.

        Procurai distinguir bem essas duas espécies de sonhos naqueles dos quais vos lembrais; sem isso, caireis em contradição e nos erros que serão funestos à vossa fé.   

         Em nota a esta questão Allan Kardec escreveu o seguinte:
Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se estende aos lugares mais distantes, ou que jamais se viu e, algumas vezes, mesmo a outros mundos, assim como a lembrança que traz à memória os acontecimentos ocorridos na existência presente ou nas existências anteriores; a estranheza de imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeadas de coisas do mundo atual, foram esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não ter nem sentido, nem ligação.

       A incoerência dos sonhos se explica, ainda, pelas lacunas que produz a lembrança incompleta do que nos apareceu em sonho. Tal seria uma narração à qual se tenha truncado frases ao acaso, ou parte de frases; os fragmentos restantes reunidos perderiam toda significação razoável.



Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec. Questões 400 à 402.