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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PRECE PELOS INIMIGOS E PELOS QUE NOS QUEREM MAL

Meu Deus, perdôo a (dizer o nome da pessoa) o mal que me fez e o que quis me fazer, como desejo que me perdoeis, e que ele(a) também me perdoe as injustiças que eu possa ter cometido. Se o colocastes no meu caminho como uma prova, que seja feita a vossa vontade.

Desviai de mim, meu Deus, a ideia de maldizê-lo(a), e todo desejo malévolo contra ele(a). Fazei com que eu não experimente nenhuma alegria com as infelicidades que poderiam lhe chegar, nem nenhuma inquietação com os bens que poderiam lhe ser concedidos, a fim de não enlamear minha alma com pensamentos indignos de um cristão.

Possa a Vossa bondade, Senhor, em se estendendo sobre ele, conduzi-lo aos melhores sentimentos para comigo.

Bons Espíritos, inspirai-me o esquecimento do mal e a lembrança do bem. Que nem o ódio, nem o rancor, nem o desejo de lhe retribuir o mal com o mal entrem em meu coração, porque o ódio e a vingança não pertencem senão aos maus espíritos, encarnados e desencarnados. Que eu esteja pronto, ao contrário, em lhe estender mão fraterna, a lhe retribuir o mal com o bem, e vir em sua ajuda se isso estiver em meu poder.

Desejo, para provar a sinceridade de minhas palavras, que me seja oferecida ocasião de lhe ser útil; mas sobretudo, meu Deus, preservai-me de fazê-lo por orgulho ou ostentação, em o oprimindo por uma generosidade humilhante, o que me faria perder o fruto da minha ação, porque então eu mereceria que estas palavras do Cristo me fossem aplicadas: Já recebestes vossa recompensa.


Fonte: Coletânea de Preces Espíritas. Allan Kardec. 


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Post.216: AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

Caracteres da perfeição

Amai os vossos inimigos; fazei o bem aqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os publicanos não o fazem também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos, que fazeis nisso mais que os outros? Os pagãos não o fazem também? Sede pois, vós outros, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito. (Mateus, cap. V, v. 44,46, 47 e 48).

Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito”, tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de se atingir a perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeito quanto o Criador, ela tornar-se-lhe-ia igual, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam compreendido essa nuança, ele se limitou a lhes apresentar um modelo e lhes disse para se esforçarem por alcançá-lo.

É preciso, pois, entender, por essas palavras, a perfeição relativa, aquela da qual a Humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade. Em que consiste essa perfeição? Jesus disse: “amar os inimigos, fazer o bem aqueles que nos odeiam, orar por aqueles que nos perseguem.” Ele mostra, assim, que a essência da perfeição é a caridade em sua mais larga acepção, porque ela implica a prática de todas as outras virtudes.

Com efeito, observando-se os resultados de todos os vícios, e mesmo dos simples defeitos, se reconhecerá que não há nenhum que não altere, mais ou menos, o sentido da caridade, pois todos tem o seu princípio no egoísmo e no orgulho, que são a sua negação; porque tudo o que superexcita o sentimento da personalidade, destrói, ou pelo menos enfraquece, os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. O amor ao próximo, levado até ao amor dos inimigos, não podendo se aliar com nenhum defeito contrário à caridade é, por isso mesmo, sempre o indício de  maior ou menos superioridade moral; de onde resulta que o grau de perfeição está na razão direta da extensão desse amor; por isso, Jesus, depois de ter dado aos seus discípulos as regras da caridade naquilo que ela tem de mais sublime, lhes disse: “Sede, pois, perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito.”


Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Cap. XVII – itens 1 e 2.



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Post.215: PENA DE MORTE, NA VISÃO DO ESPIRITISMO


A pena de morte desaparecerá incontestavelmente  um dia da legislação humana, e sua supressão marcará um progresso na Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida sobre a Terra. Os homens não terão mais necessidade de serem julgados pelos homens.  Época que ainda está muito distante de nós, segundo os Espíritos Superiores.

O progresso social, sem duvida, deixa ainda muito a desejar, mas seria injusto para com a sociedade moderna se não se visse um progresso nas restrições trazidas à pena de morte  entre os povos, os mais avançados, e na natureza dos crimes aos quais se limita sua aplicação. Se se comparam as garantias com que a justiça, entre esses mesmos povos, se esforça para cercar o acusado, a humanidade que ela usa para com ele, ainda mesmo que seja reconhecido culpado, com o que se praticava em tempos que não são ainda muito distantes, não se pode desconhecer o caminho progressivo pelo qual marcha a Humanidade.

Há outros meios de se preservar do perigo senão o de matar. Aliás, é preciso abrir ao criminoso a porta do arrependimento, e não fechá-la.

Será que a pena de morte não foi uma necessidade nas épocas menos avançadas? Necessidade não é a palavra. O homem crê sempre uma coisa necessária quando ele não encontra nada melhor. À medida que se esclarece, compreende melhor o que é justo  ou injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.


A questão 763 de O Livros dos Espíritos:
Pergunta:   A restrição dos casos em que se aplica a pena de morte é um índice de progresso na civilização?
Resposta: Podes duvidar?  Teu espírito não se revolta lendo a narrativa das carnificinas humanas que se faziam outrora em nome da justiça e, frequentemente, em honra da Divindade? Das torturas que se fazia o condenado suportar, e mesmo o acusado para lhe arrancar, pelo excesso de sofrimento, a confissão de um crime que, frequentemente, ele não cometera? Pois bem! Se tivesses vivido nossas épocas, terias achado tudo isso natural e talvez tu, juiz, terias feito o mesmo. É assim que aquilo que parece justo em uma época, parecerá bárbaro em uma outra. Só as leis divinas são eternas; as leis humanas mudam com o progresso. Elas mudarão ainda, até que sejam postas em harmonia com as leis divinas.

A questão 764 de O Livros dos Espíritos:
Pergunta:  Jesus disse: Quem matou pela espada, perecerá pela espada. Essas palavras não são a consagração da pena de talião? A morte infligida ao homicida não é a aplicação dessa pena?
Resposta:  Tomai cuidado! Tendes vos enganado sobre essas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus e é Ele que a aplica. Todos vós suportais, a cada instante, essa pena, porque sois punidos pelo que pecastes, nesta vida ou em outra vida. Aquele que fez sofrer seus semelhantes, estará numa posição em que sofrerá, ele mesmo, o sofrimento que causou. É o sentido das palavras de Jesus; mas vos disse também: Perdoai aos vossos inimigos e vos ensinou a pedir a Deus perdoar as vossas ofensas, como vós mesmos tiverdes perdoado; quer dizer, na mesma proporção que tiverdes perdoado: compreendei-o bem.


A pena de morte infligida em nome de Deus, é tomar o lugar de Deus na pratica da justiça. Os que agem assim mostram o quanto estão longe de compreender Deus e que tem ainda muitas coisas a expiar. A pena de morte é um crime também quando se é aplicada em nome de Deus, e os que a infligem são acusados igualmente de homicídio.


Fonte: O Livro do Espíritos. Allan Kardec. Questões 760 à 765.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Post.214: A LEI DE TALIÃO, O QUE A DOUTRINA ESPÍRITA DIZ?

A lei de talião, do latim lex talionis (Lex: lei e tálio, de talis: yal, idêntico), também dita pena de talião, que consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena – apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente. Os seus primeiros indícios de principio foram encontrados no Código de Hamurábi, em 1780 a.C., no reino da Babilônia. Na Torá ou Lei de Moisés (estima-se ter sido escrita pelo profeta no século 13 a.C.), esta lei é expressa em trechos como Êxodo 21:23-25; Levítico 24:20 e Deuteronômio 19:21. Assim, o criminoso é punido de igual maneira ao dano causado ao outro. Modernamente, temos a palavra retaliação, indicando retribuição de uma ofensa com a mesma intensidade.

A vingança inspirada no olho por olho, dente por dente, é o mais falível instrumento de perdição da humanidade, em que cega de ódio, voltando aos primórdios da sociedade, sem ter nenhuma evolução moral, estando enraizada tal lei em todas as camadas da sociedade.  A história da humanidade é marcada com este nível moral baixo em que há crueldades, vinganças, guerras, circo romano, escravidão, inquisição, terrorismo. Isto em pleno século 21 d.C., as pessoas ainda tendem a vivenciar os seus instintos animalescos. Demonstrando quão atrasados no progresso moral estão, estas ações animalescas são o  que levam as pessoas a cometerem atos graves, sem sentido, sem noção em razão de outra violência, muitas vezes pior ao cometido.

O Espiritismo busca os ensinos de Mestre Jesus em sua essência moral. Na questão 764 de O Livro dos Espíritos, este assunto é comentado e explicado:
Pergunta:  Jesus disse: Quem matou pela espada, perecerá pela espada. Essas palavras não são a consagração da pena de talião? A morte infligida ao homicida não é a aplicação dessa pena?
Resposta:  Tomai cuidado! Tendes vos enganado sobre essas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus e é Ele que a aplica. Todos vós suportais, a cada instante, essa pena, porque sois punidos pelo que pecastes, nesta vida ou em outra vida. Aquele que fez sofrer seus semelhantes, estará numa posição em que sofrerá, ele mesmo, o sofrimento que causou. É o sentido das palavras de Jesus; mas vos disse também: Perdoai aos vossos inimigos e vos ensinou a pedir a Deus perdoar as vossas ofensas, como vós mesmos tiverdes perdoado; quer dizer, na mesma proporção que tiverdes perdoado: compreendei-o bem.

Assim, por meio desta questão de O Livro dos Espíritos, entendemos que estas palavras de Jesus: “Quem matou pela espada, perecerá pela espada.” Não é referente a lei de talião, mas sim referente a lei de causa e efeito, ação e reação. Em que é aplicada pela Lei Divina Universal. Em que pagamos nesta vida pelos erros cometidos nesta existência, e de outras existências, ou em uma próxima vida temos que liquidar as nossas dividas, e estas dividas são liquidas pela justa lei de causa e efeito, que é infinitamente justa. “Aquele que fez sofrer seus semelhantes, estará numa posição em que sofrerá, ele mesmo, o sofrimento que causou.” No livro “A Gênese” de Allan Kardec, no capitulo 1 - item 23, encontramos que: “A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido de fonte primária, de pedra angular de toda a sua doutrina é o ponto de vista inteiramente novo sob que considera Ele a Divindade.
(...)
Já não é o Deus que faz da vingança uma virtude e ordena se retribua olho por olho, dente por dente; mas, o Deus de misericórdia, que diz: ‘Perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem em troca do mal; não façais o que não quereis vos façam.’”

Jesus apresentou a evolução da Lei de Moisés em tantos pontos, como neste ensino, em Mateus 05:38-45:
“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.
E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa.
Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.
Dê a quem lhe pede, e não volte as costas aquele que deseja pedir-lhe algo emprestado.
Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo.’
Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.”

Ou seja, não devemos fazer justiça com nossas próprias mãos. Nós não estamos em um nível para sermos aptos a fazer justiça, a justiça que conhecemos e que entendemos é injusta, defeituosa, isto porque somos seres ainda em inicio de evolução, não tendo parâmetros do que é a justiça verdadeiramente. O que sabemos de justiça? Por isso a existência da Lei de Causa e Efeito.  Deus acolhe a todos e dar as mesmas oportunidades a todos, assim como a mesma justiça a todos.

 O meio para o avanço moral da humanidade, é a sociedade se voltar para o amor, para o bem, independente de religião, pois os ensinos do Evangelho, está por todo o planeta, só que com entendimento diferente, mas que as correntes religiosas carregam as mesmas ideia, porque todos os povos, raças foram visitadas pelos mensageiros de Jesus. Nos livros sagrados dos diferente povos, estão contidos  lições de amor e de perdão. Assim, todos tem o meio de trabalhar para o seu melhoramento espiritual, avançando moralmente.  Ninguém tem o direito de fazer justiça com as próprias mãos. Somente o perdão é capaz de tornar a humanidade iluminada.

         Quando alguém ofender-nos, ou nos fizer injustiça, ou maldade... O que devemos fazer é superar esta negatividade com pensamentos caridoso, de amor, pois que o ofensor  é um indivíduo que precisa de ajuda, de esclarecimento. Se prejudicarmos alguém e continuar neste erro, sem exercer os ensinos de Jesus, sem trabalharmos nossa consciência e o perdão, o que irá acontecer é que iremos enfrentar sofrimento similar apresentado pela vida, com a finalidade de despertarmos. É a ação e a reação.